No dia 29 de Março participámos mais uma vez na Festa do Vinho e no Encontro de Tocadores Tradicionais, em Alcanhões.
A festa do vinho de Alcanhões trouxe muita animação a esta vila do concelho de Santarém numa iniciativa cujo ponto alto é o périplo pelas adegas dos produtores locais.
Adega do Chambeta |
A animada rota pelas sete adegas, acompanhada por tocadores de instrumentos tradicionais, iniciou-se às 16 horas, depois de uma recepção aos participantes no salão nobre da Junta de Freguesia, que organiza esta 11ª edição da festa do vinho.
Na volta pelas adegas, onde o vinho se prova e se degustam, “para lastro”, os petiscos que cada adegueiro prima em oferecer. Provam-se os néctares do Nelson Soares, do Escrivaninha, do Pedro Rocha, do Duarte Durão & Filhos, do Chambeta e do Marco Durão, finalizando o percurso na Adega Cooperativa.
Na animação de rua, ao compasso dos bebedores, os tocadores de cavaquinho, dos banjos, das gaitas de beiços, das concertinas, das violas campaniças e das braguesas. Fôlego de meter inveja, estes animadores encerraram, pelas 22h00, o XV Encontro de Tocadores Tradicionais.
No XV Encontro de Tocadores Tradicionais participaram: Rancho Folclórico de Alcanhões, Rancho Folclórico da Casa do Minho em Lisboa, Grupo Danças e Cantares Besclore, Grupo de Folclore Terras da Nóbrega, Rancho Folclórico da Freguesia da Lapa (Cartaxo), Rancho Folclórico da Azambuja, entre outros tocadores.
Este encontro de tocadores ajuda à preservação dos instrumentos tradicionais, que correm sério risco em desaparecerem à medida que envelhecem os seus executantes, incentivando os mais jovens a tomar-lhes o lugar; é um património único, que não se pode perder. - por João Costa - Rancho Folclórico de Alcanhões.
Aqui ficam algumas fotografias e vídeos da participação do G.D.C. Besclore na Festa do Vinho.
A Vila de Alcanhões
Situada a norte de Santarém, Alcanhões corre por uma colina sobranceira à cidade e anicha-se à volta da igreja matriz. Debruçada sobre o Rio Tejo e rodeada de vinhedos e olivais, a freguesia de Alcanhões (antiga paróquia de Santa Martha) dista 10 quilómetros da sede do Concelho.
Casario branco, virado a nascente, terra soalheira beijada de nascente a poente. Conta com uma área de cerca de onze quilómetros quadrados e cerca de 1700 habitantes.
Ao longo dos séculos, Alcanhões albergou por várias vezes a corte, no Paço Real de Alcanhões, especialmente no reinado de D. Fernando, conforme refere Fernão Lopes na crónica de D. Fernando.
A sede da freguesia foi elevada à categoria de vila em 21 de Março de 1928, devido ao seu desenvolvimento.
A vinicultura (são famosos os vinhos da Adega Cooperativa), a agricultura, (oliveira, milho e uva de mesa) e a pecuária (gado equino e bovino para eventos tauromáquicos) são as actividades tradicionais, a indústria, nomeadamente a carpintaria e metalomecânica, ganham peso crescente na economia local.
No religioso, é Santa Marta o expoente ancestral destas gentes que emanam paz e são laboriosas...
No seu brazão, o dragão simboliza o animal mitológico derrotado por Santa Marta, orago e padroeira da freguesia. Os cachos de uvas evocam a grande importância que desde sempre, a agricultura teve na freguesia, nomeadamente com a produção dos afamados e apreciados vinhos de Alcanhões. A fonte lembra as velhas termas de Alcanhões cujo caudal ainda hoje se preserva e a grande riqueza que a freguesia possui com abundância e excelência das suas águas.
Nas festividades conta anualmente com a feira de Santa Marta em finais de Julho e com outras festas e romarias organizadas por associações e grupos.