O Grupo de Danças e Cantares Besclore foi fundado em 1987, é uma das vertentes do Grupo Cultural e Desportivo dos Trabalhadores do Grupo Novo Banco.

Composto por cerca de 40 elementos visa “recolher, representar, promover e divulgar as tradições, usos, costumes, danças e cantares do povo do Alto e Baixo Minho português”. Iniciando a sua representação etno-folclórica nas danças, nos cantares e no trajar do final do XIX, princípio do séc. XX.

O Grupo leva já alguns anos de actividade na exibição da policromia dos trajes de Viana do Castelo, do requinte dos trajes de Braga, da elegância das modas dos vales dos rios Ave e Este, e da vivacidade e alegria contagiante das modas da Ribeira Lima e Serras d`Arga e Soajo.

Tem ao longo dos anos participado em inúmeros espectáculos, festivais de folclore e romarias de Norte a Sul do Pais.Além de Portugal, o Besclore já se exibiu em Espanha, França, Inglaterra e Itália.


Fotografia de Grupo de Agosto de 2014
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XI Encontro de Grupos de Cantadores de Janeiras e de Reis, em Santa Maria da Feira

No dia 4 de Janeiro de 2014 participámos no XI Encontro de Grupos de Cantadores de Janeiras e de Reis, em Santa Maria da Feira, organizado pelo grupo de Danças e Cantares Regionais da Feira. O evento teve a participação de mais dois grupos e teve como palco de fundo o salão de festas da unidade hoteleira do Inatel, daquela mesma região.


Trata-se das Janeiras cantadas pelos reiseiros, elementos populares das aldeias, que, agasalhados em mantas ou capotes, vão, ao som de vários instrumentos, cantar de porta em porta às pessoas abastadas, esperando recolher dádivas rendosas. 

Nesta actuação tivemos o privilégio de ter um cenário retratante de uma casa (cozinha) de lavradores humildes, que tão bem representava os usos e costumes de outrora, recordações rugosas daquele outro tempo, rugas que o tempo avassalou, sorrisos rupestres em dias que ninguém rasurou. Era uma vida humilde, aquela, de dedicação e devoção, por vezes a roçar os limites da amargura, coisa dura, vida deles. Futuro semeado nas veias da determinação, valente nação, autêntica. Não vangloriavam o futuro mas abatiam o presente, a trabalhar, produzindo, consumar uma realidade melhor aos vindouros, assim, sem ilusões, vida de quem luta, a trabalhar, sem alucinações. Com o sol, iam, campos cultivados, final de tarde, regressavam, corpos cansados, famílias numerosas, mesa com pão e o que houvesse, sorriam, conviviam, viviam. Sim, era duro, dava trabalho, mas a honra nunca faltou, é verdade, com muito suor ..... a prestação foi excelente e a tão sempre calorosa recepção dos seus humildes proprietários, bem haja ao Sr.Mota , a Dona Rosa e seus três filhos, que numa sequência de boa valência e confraternização nos "mimaram" com um diálogo muito próprio de gente pronta a retratar os seus próximos como se da sua família fossem.

Aqui fica o vídeo da nossa actuação, onde todo este retrato de usos e costumes poderá ser visto, ouvido e sentido, podendo desta forma dar manifesto ao que ainda fazemos, mantemos, representamos!




Texto de Pedro Carvalho e Vera Augusto
Vídeo retirado do YouTube - vídeo recolhido e editado por Pedro Carvalho



HISTORIAL DO GRUPO  DE DANÇAS E CANTARES REGIONAIS DA FEIRA


No início dos anos 80 apareciam grupos folclóricos por todo o lado. No Concelho da Feira já existiam à volta de uma dezena, quando alguém, que era o director do pelouro da cultura na colectividade pragmática do Burgo (Vila da Feira), viu a necessidade de lançar mãos ao trabalho de campo e arrancar para a criação dum Grupo de “antiguidades populares”, num espaço privilegiado, onde nunca houvera algo no género, e onde tanto havia de importante para descobrir e preservar.

Do levantamento e implantação no Grupo, de réplicas de trajes antigos, usados pelo povo da Feira, em finais do Séc. XIX e princípios do Séc. XX, surgiu a colecção de postais de trajes regionais de Santa Maria da Feira. 

Foi feito um levantamento de trajes, danças e cantares, trabalhos e saberes do povo, tudo por via oral, elementos base para a iniciação dum grupo que se apresentou em público pela primeira vez no dia 1 de Maio de 1981. 

De todo o trabalho desenvolvido durante 20 anos, ao serviço da colectividade que o viu nascer, mesmo com certas dificuldades devido à incompreensão de alguns elementos directivos e à falta de apoios, o grupo deixou testemunhos importantes para a história do folclore (tradições antigas), nas Terras da Feira. 

Do levantamento sobre a cultura do linho na região, o grupo fez alguns linhares, e compôs um pequeno livro – “O Linho e as suas tradições em Terras de Santa Maria”. 

Do levantamento de alfaias agrícolas, utensílios domésticos e outros objectos de uso das pessoas no início do séc. XX, (decorrentes dos trabalhos de campo feitos nos anos oitenta), foi recolhida quantidade importante de peças de antiguidades populares, que constituem hoje espólio à guarda do que se espera venha a ser um dia o museu etnográfico. 

Isto, para além de todas as actividades próprias dum grupo, (dito folclórico), que se preze da missão que lhe cabe. E este grupo sempre soube ser isso mesmo, da Feira. 

No decorrer do primeiro trimestre do ano 2000, por razões que não interessa referir neste pequeno historial, deu-se a rotura ente o grupo e a colectividade “madrasta”. O Grupo, com todos os seus componentes , depois de ter sido afrontado pela Direcção e mal tratado num dia de ensaio, sem hesitar, decidiu não pôr mais os pés na “casa” que o viu nascer. E a partir daí, só restavam dois caminhos por onde seguir: ou o grupo acabava ali, ou partia para a criação duma associação. E foi esta a opção escolhida. 

“Sem eira nem beira” fomos acolhidos em casa de um componente do grupo e partimos para a constituição de uma associação, que foi legalizada por escritura de 26 de Junho de 2000. 

Desenvolvemos mais actividades nestes sete anos de independência, do que em 20 anos de vida na colectividade “madrasta” – O Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira. 

Já fizemos três viagens aos Açores e uma à Madeira, em regime de permutas, e vamos fazer este ano uma viagem à Terceira, onde vamos participar no Festival Internacional – COFIT – em permuta com o grupo “Modas da Nossa Terra”. 

Partcipamos em todas as iniciativas locais, para que somos convidados, organizamos todos os anos o nosso Encontro de “Antiguidades Populares” e um Encontro de Grupos de Cantadores de Janeiras; organizamos serões e participamos em iniciativas de cariz cultural e recreativo. 

Criamos o Grupo de “Tambores Santa Maria” com características Medievais. Ao terceiro processo de candidatura a sócio efectivo da Federação do Folclore Português, conseguimos ser aceites como “aderentes” – qualidade em que nos encontramos actualmente.

Fonte - http://gdcr-feira.blogspot.pt/ 

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