O Grupo de Danças e Cantares Besclore foi fundado em 1987, é uma das vertentes do Grupo Cultural e Desportivo dos Trabalhadores do Grupo Novo Banco.

Composto por cerca de 40 elementos visa “recolher, representar, promover e divulgar as tradições, usos, costumes, danças e cantares do povo do Alto e Baixo Minho português”. Iniciando a sua representação etno-folclórica nas danças, nos cantares e no trajar do final do XIX, princípio do séc. XX.

O Grupo leva já alguns anos de actividade na exibição da policromia dos trajes de Viana do Castelo, do requinte dos trajes de Braga, da elegância das modas dos vales dos rios Ave e Este, e da vivacidade e alegria contagiante das modas da Ribeira Lima e Serras d`Arga e Soajo.

Tem ao longo dos anos participado em inúmeros espectáculos, festivais de folclore e romarias de Norte a Sul do Pais.Além de Portugal, o Besclore já se exibiu em Espanha, França, Inglaterra e Itália.


Fotografia de Grupo de Agosto de 2014
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Lenda de D. Sapo



Era uma vez um fidalgo chamado D. Florentim Barreto, a quem o povo alcunhara de D. Sapo, senhor de um solar torreado e de vastas terras de lavoura, situadas na freguesia de Cardielos, cerca da Viana e das águas do Lima.

Todos os seus servidores o odiavam, pois exercia sobre eles um poder injusto e cruel. Mas, sobretudo, o que mais lhes alimentava o ódio era o direito a que D. Sapo se arrogava de passar com as noivas dos seus criados, a primeira noite de núpcias. Obrigado a submeter‐se a costume tão infame, qualquer novo casal constituído sofria, todavia, em silêncio, a luxúria de D. Florentim Barreto, sem ter coragem de se revoltar contra ela, temeroso da miséria e mesmo da morte.

Uma ocasião, um jovem empregado seu, vendo próximo o casamento e não podendo suportar que a sua amada fosse submetida à violência do amo, reuniu os seus companheiros e convenceu‐os, sobretudo aos mais velhos e respeitáveis, a demandar a Corte, denunciando a El‐Rei a vilania do fidalgo e pedindo, para ele um castigo severo.

Eles sabiam que D. Florentim tinha grandes amigos influentes na Corte, capazes de defender, perante o soberano, a sua vida e os seus hábitos, jurando‐o inocente. Por isso usaram de manha. Aos pés do rei, rogaram‐lhe a mercê de se libertarem, pela morte, de um sapo que, em suas terras, roubava a donzelia às raparigas e tiranizava todo o povo da região.



Espantou‐se o rei com pedido tão singular e, sorrindo da ingenuidade das gentes de Cardielos, concordou que matassem, à sacholada, sapo tão daninho. Regressaram os enviados deveras contentes com a decisão real e logo convocaram os braços válidos da freguesia para, munidos de sacholas, assaltarem o solar e darem morte rápida a D. Sapo. 

D. Florentim foi apanhado de surpresa nos seus prazeres favoritos e, com um grito, tombou, inerte e crivado de golpes, no chão do quarto onde praticara tanto crime horrendo. Pôde, assim, o jovem noivo, esperto e ousado, libertar a pureza da sua noiva dos desejos repugnantes de D. Sapo e libertar, igualmente, e de vez, todo o povo de Cardielos das garras do fidalgo.

Mas os amigos de D. Florentim Barreto, ao saberem do atrevimento da justiça popular, logo correram à Corte, a reclamar de El‐Rei, a condenação dos prevaricadores.Zangou‐se grandemente o soberano com esta rebelião sangrenta e ordenou que viesse à sua presença quem cometera tão grande desacato. Então, os considerados culpados replicaram, perante ele, que haviam recebido da boca do próprio rei a ordem de morte de D. Sapo, pois só por este nome conheciam D. Florentim e que os motivos das suas queixas eram verdadeiros. Ouviu El‐Rei, ponderadamente, os argumentos das gentes de Cardielos e disse‐lhes:

‐ Ide em paz para as vossas terras.

O dito está dito. Palavra de Rei não volta atrás. Feliz com o desenlace, o povo tratou de destruir a torre e o solar de D. Florentim Barreto para que não restasse memória, nem do fidalgo nem dos seus actos condenáveis. Restou, porém, para os vindouros, a curiosidade da história aqui narrada.



Fonte: VIANA, António Manuel Couto - “Lendas do Vale do Lima”. Ponte de Lima: Valima - Associação de Municípios do Vale do Lima, 2002, p. 38-39. Ilustração de António Vaz Pereira

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